Li algures que a Polícia Nacional (PN) celebra o 143º
aniversário. Hmmm. Perdoem-me a ignorância (não sei se ignorante ou douta) mas
sinto que existe algo que não bate bem. Se nós somos um Estado (reconhecido
internacionalmente pelos demais pares da Sociedade Internacional) somente a
partir do dia 05 de Julho de 1975, como é que uma instituição pública/estatal
como a PN pode comemorar tal feito? Será que estamos perante um case study de
uma instituição estatal que antecede o seu próprio criador ou, no fundo, não
passa, como diria alguém, de mais uma «inovação» da basofolândia crioula (ou
basofaria crioula) que pretende dar um ar secular a uma instituição que,
efectivamente, não teria mais do que 38 anos de existência? De qualquer forma,
é preciso alertar (e aqui estou a tentar ser pedagógico/liricista para não ser
acusado de cair no belicismo típico da tal instituição secular) que esta
celebração acaba, no mínimo, por também celebrar o tal encontrão violentão
colonial simbolizado no ano de 1870 com a implantação da polícia colonial
(chamada de Ordem Pública) na colónia de Cabo Verde, não visando, como é óbvio,
assegurar a paz e a segurança da população autóctone mas sim o controlo da
exploração colonial (convêm não olvidar que de estamos nas vésperas da
conferência de Berlim em 1885 e do vigorar do princípio da ocupação efectiva)
tão defendida pelo Marquês de Pombal anteriormente...As continuidades coloniais
estão aí...é preciso combatê-las no sentido de desmascarar a instrumentalização
da cegueira (diversas vezes promovida e alimentada tanto dentro como fora de
portas)...
Friday, November 15, 2013
Friday, October 25, 2013
«Asneirar» («Estórias» na terceira pessoa)
5 de Agosto de 2011 às 13:20
Saindo
da cantina universitária, e matutando na penosa tarefa de calcorrear as
lendárias «escadas monumentais», eis que ouço uma estranha expressão
proferida por um mancebo sentado nas escadas junto à porta de saída,
enlevado numa amena cavaqueira com duas beldades. Ele dizia o seguinte:
«(...) já que elas estavam a 'asneirar' e eu também pus-me a asneirar
com elas!»
Depois de recuperar da surpresa perante, para mim, tão
inusitado termo e/ou vocábulo, ocorreu-me o subsequente pensamento: «É
ponto assente que, para além de Portugal, existem várias línguas
portuguesas por este mundo (Brasil, Cabo Verde, Angola, Moçambique,
Guiné Bissau, S. Tomé e Príncipe, Timor Leste, etc.), embora a
recriminação, acusação, ou chacota neo-colonial, de que, por exemplo,
'os brasileiros ou cabo-verdianos são bastantes criativos na linguagem',
ainda persistem nos nossos dias. Por isso, não deixa de ser curioso
constatar que essa 'criatividade' esteve, afinal, sempre presente nas
'entranhas do monstro'. Por isso, meus amigos e minhas amigas, vamos
celebrar a criação subalterna de um novo verbo na gramática portuguesa
de Portugal: Eu asneiro, tu asneiras, ele asneira, e por aí fora...
Vamos lá ver se os ‘donos da língua’ ainda vão a tempo de o incorporar
no tão malfadado acordo ortográfico. Duvido...»
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