Li algures que a Polícia Nacional (PN) celebra o 143º
aniversário. Hmmm. Perdoem-me a ignorância (não sei se ignorante ou douta) mas
sinto que existe algo que não bate bem. Se nós somos um Estado (reconhecido
internacionalmente pelos demais pares da Sociedade Internacional) somente a
partir do dia 05 de Julho de 1975, como é que uma instituição pública/estatal
como a PN pode comemorar tal feito? Será que estamos perante um case study de
uma instituição estatal que antecede o seu próprio criador ou, no fundo, não
passa, como diria alguém, de mais uma «inovação» da basofolândia crioula (ou
basofaria crioula) que pretende dar um ar secular a uma instituição que,
efectivamente, não teria mais do que 38 anos de existência? De qualquer forma,
é preciso alertar (e aqui estou a tentar ser pedagógico/liricista para não ser
acusado de cair no belicismo típico da tal instituição secular) que esta
celebração acaba, no mínimo, por também celebrar o tal encontrão violentão
colonial simbolizado no ano de 1870 com a implantação da polícia colonial
(chamada de Ordem Pública) na colónia de Cabo Verde, não visando, como é óbvio,
assegurar a paz e a segurança da população autóctone mas sim o controlo da
exploração colonial (convêm não olvidar que de estamos nas vésperas da
conferência de Berlim em 1885 e do vigorar do princípio da ocupação efectiva)
tão defendida pelo Marquês de Pombal anteriormente...As continuidades coloniais
estão aí...é preciso combatê-las no sentido de desmascarar a instrumentalização
da cegueira (diversas vezes promovida e alimentada tanto dentro como fora de
portas)...
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