5 de Agosto de 2011 às 13:20
Saindo
da cantina universitária, e matutando na penosa tarefa de calcorrear as
lendárias «escadas monumentais», eis que ouço uma estranha expressão
proferida por um mancebo sentado nas escadas junto à porta de saída,
enlevado numa amena cavaqueira com duas beldades. Ele dizia o seguinte:
«(...) já que elas estavam a 'asneirar' e eu também pus-me a asneirar
com elas!»
Depois de recuperar da surpresa perante, para mim, tão
inusitado termo e/ou vocábulo, ocorreu-me o subsequente pensamento: «É
ponto assente que, para além de Portugal, existem várias línguas
portuguesas por este mundo (Brasil, Cabo Verde, Angola, Moçambique,
Guiné Bissau, S. Tomé e Príncipe, Timor Leste, etc.), embora a
recriminação, acusação, ou chacota neo-colonial, de que, por exemplo,
'os brasileiros ou cabo-verdianos são bastantes criativos na linguagem',
ainda persistem nos nossos dias. Por isso, não deixa de ser curioso
constatar que essa 'criatividade' esteve, afinal, sempre presente nas
'entranhas do monstro'. Por isso, meus amigos e minhas amigas, vamos
celebrar a criação subalterna de um novo verbo na gramática portuguesa
de Portugal: Eu asneiro, tu asneiras, ele asneira, e por aí fora...
Vamos lá ver se os ‘donos da língua’ ainda vão a tempo de o incorporar
no tão malfadado acordo ortográfico. Duvido...»
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