Friday, November 15, 2013

Continuidades Coloniais I

Li algures que a Polícia Nacional (PN) celebra o 143º aniversário. Hmmm. Perdoem-me a ignorância (não sei se ignorante ou douta) mas sinto que existe algo que não bate bem. Se nós somos um Estado (reconhecido internacionalmente pelos demais pares da Sociedade Internacional) somente a partir do dia 05 de Julho de 1975, como é que uma instituição pública/estatal como a PN pode comemorar tal feito? Será que estamos perante um case study de uma instituição estatal que antecede o seu próprio criador ou, no fundo, não passa, como diria alguém, de mais uma «inovação» da basofolândia crioula (ou basofaria crioula) que pretende dar um ar secular a uma instituição que, efectivamente, não teria mais do que 38 anos de existência? De qualquer forma, é preciso alertar (e aqui estou a tentar ser pedagógico/liricista para não ser acusado de cair no belicismo típico da tal instituição secular) que esta celebração acaba, no mínimo, por também celebrar o tal encontrão violentão colonial simbolizado no ano de 1870 com a implantação da polícia colonial (chamada de Ordem Pública) na colónia de Cabo Verde, não visando, como é óbvio, assegurar a paz e a segurança da população autóctone mas sim o controlo da exploração colonial (convêm não olvidar que de estamos nas vésperas da conferência de Berlim em 1885 e do vigorar do princípio da ocupação efectiva) tão defendida pelo Marquês de Pombal anteriormente...As continuidades coloniais estão aí...é preciso combatê-las no sentido de desmascarar a instrumentalização da cegueira (diversas vezes promovida e alimentada tanto dentro como fora de portas)...

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